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"Me chamo Alessandra e sou convertida há mais de 15 anos. Minha vida era a mais normal possível: eu estudava, dançava como profissão e como hobby e estava me descobrindo em todos os sentidos. Tive um encontro supremo com Deus quando tinha 21 anos. Sim, com 21 anos eu renasci para a vida e para as pessoas. Com aquela idade eu tinha responsabilidade de gente grande. Fazia faculdade, curso de inglês e francês, dançava em duas companias de dança e ainda dava conta de administrar a minha casa. Estava tudo “bem” deste jeito.
Naquele tempo confesso que a minha vida com Deus era morna. Eu orava quando era do meu interesse, apesar de ir todo domingo à igreja, mas não cria de fato que Deus poderia transformar a minha vida. E costumo dizer que as pessoas se aproximam do Senhor pelo amor ou pela dor. Dito e feito! Deus não quer metade de nada, ele não queria o meu coração pela metade - muito menos a minha doação e minha entrega. E eu, intensa como era, já me sentia incomodada com a situação.
Deus escolheu o dia 12 de junho para fazer a virada que eu merecia e poderia suportar, sem que ao menos disconfiasse que algo tão trágico poderia acontecer. O dia começou igual aos demais, acordei às 6h, fui para a faculdade e voltei para casa. O único fato fora do normal é que meu pai estava viajando e eu fiquei com o carro, o que facilitava muito o deslocamento. Estava indo ao shopping perto de casa.
E tudo a
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Desmaiei ao voltante. Me levaram ao hospital público que fica bem perto do local ocorrido. Imagine a situação: uma menina saudável e toda serelepe em um dia no outro estava entre a vida e morte no hospital. Pode haver quem pense que isso foi uma grande fatalidade. Eu prefiro acreditar que Deus cumpriu o seu propósito na minha vida. Os médicos que me atenderam me desenganaram. Disseram que o local da hemorragia era nobre e que a dimensão do derrame era a de uma bola de tênis. Em resumo, só um milagre me salvaria.
O tempo em que passei inconsciente era terrível para as pessoas que estavam na ânsia por algum milagre. Deus foi muito fiel comigo. E, um dia, eu simplesmente acordei. E só acordei, pois não conseguia fazer nada sozinha. Respirar, falar, sentar, andar e mexer o corpo era para pessoas que tinham controle do seu corpo. Não pra mim. Nesse momento eu renasci, pois tive que aprender a fazer tudo de novo, já que meu corpo não respondia aos estímulos. Foi muito lenta a minha recuperação. Os médicos me diziam horrores, que levaria dez anos para voltar a andar, falar, estudar - e isso se eu fosse uma pessoa muito disciplinada. Assim renasceu Lelê.
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E Deus nunca me abandonou, eu sabia que ele estava ao meu lado em todos os momentos. Nos inúmeros tombos, nas palavras que não conseguia pronunciar, quando eu queria comer algo e a comida caía da minha boca, quando desejava falar alguma coisa mas a palavra saía em outro tom. Até quando eu queria somente ir ao banheiro e não conseguia ir com as minhas próprias pernas.
Depois de muitos anos de lapidação de movimentos, cheguei na zona de conforto. Já conseguia andar (devagar), falar, escrever (com a mão esquerda, eu que sou destra), comer, respirar e - o melhor - ter vontade própria. E nesse estágio eu poderia escolher viver uma vida “muito mais ou menos” ou então correr atrás da minha qualidade de vida. Escolhi a minha qualidade de vida. Foi quando listei TUDO o que eu fazia antes do meu acidente e que eu não conseguia fazer mais. A lista era muito maior do que esta, mas aqui vão alguns dos pontos:
1. Colocar e tirar brincos e cordões
2. Prender meu cabelo 3. Andar sem segurar em nada e falar ao mesmo tempo 4. Dirigir 5. Dançar sapateado 6. Nadar 7. Correr ![]()
Anos e anos se passaram, o meu andar ficou menos vagaroso e comecei a trotar, buscando maior gasto calórico. Mas o medo de cair era o que me impedia de ir mais rápido. Bolei um plano: eu marchava entre um quebra-mola e outro e andava no trecho seguinte - e assim eu fiz por mais de dois anos. Mas eu precisava ir além. Aquela velha história da acomodação: eu poderia me contentar com o fato de andar rápido. Mas não quis.
No meu trabalho existe um programa de qualidade de vida para funcionários e eles sempre anunciam as Corridas Adidas. Todos meus colegas que foram amaram e minha vontade ficou ainda mais latente. O medo de falhar era grande, mas a minha busca pelo meu objetivo era maior. Contei toda a minha história para o meu treinador e ele se dispôs a correr ao meu lado. Tomei coragem e fui encarar os cinco quilômetros do percurso.
A cada quilômetro que passava eu me lembrava de uma fase da minha vida. Do tempo em que era completamente dependente de tudo e todos, que não tinha a opção de decidir se queria ou não fazer as coisas. E o primeiro quilômetro simplesmente passou.
Correndo estava e assim continuei. No segundo, me lembrei da dificuldade que era para andar e da dificuldade que tive de provar para as pessoas que só estava com limitações físicas. A minha mente, o raciocínio e a consciencia, continuavam preservados. Mas, hoje em dia, não preciso provar mais nada para ninguém. E assim passou o terceiro quilômetro.
No quarto recordei que já tinha conseguido uma qualidade de vida excelente, mas não me contentei com tudo que eu tinha. Eu queria mais. Essa sim foi a parte mais cansativa. E, nessa hora, me lembrei de Deus. Ele não me abandonou jamais, sempre me dando forças, me sustentando quando eu caía e me levantando com a sua destra fiel.
Eu já enxergava a linha de chegada e o sucesso da prova dependia só de mim. Deus já tinha me capacitado para completar com êxito e eu também estava me preparando há tempos. Deus sempre foi fiel e não iria me desamparar nessa hora. Estava perto de acabar o trajeto quando lembrei que voltei a dirigir o carro que eu mesma comprei com o salário do meu próprio trabalho, tudo graças ao Senhor. Deus sempre soube de todas as minhas aflições. Por quantas e quantas noites eu chorei no quarto, sozinha, clamando a Deus por ajuda, porque estava muito cansada de viver, de provar o tempo todo para as pessoas que estava lúcida. Chorei na luta por um emprego e hoje trabalho em uma multinacional. Chorei muito, mas Deus sempre esteve ao meu lado, enxugando todas as minhas lágrimas.
Ultrapassei, enfim, a linha de chegada.
Deus sempre foi muito fiel comigo, desde o meu nascimento até o dia de hoje. Quando olho pra trás e vejo onde cheguei, tenho mais certeza de que sem Deus eu nem teria saído do estado de coma - muito menos conseguiria realizar fazer todas essas peripécias.
Com este testemunho gostaria de enfatizar a misericórdia do Senhor. Assim como Ele teve muita comigo, Ele também tem muita com você. Abra seu coração, ore sem cessar, leia a Bíblia e pratique tudo o que está escrito. Você não vai se arrepender. Que estas simples palavras exaltem o nome de Deus, pois é Dele toda a honra e glória.
Lelê."
Obrigado, amiga, por ser uma pregação em forma de gente. Que me recorda sempre da bondade de Deus e me faz sentir tão ingrato ao Senhor por minhas lutas tão pequenas.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício |
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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Uma bela mensagem (pequei emprestada) que fala da Soberania de Deus
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