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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

PEREGRINOS E FORASTEIROS – Parte 2 Pr. Almir Marcolino Tavares

Naturalização é o processo pelo qual um estrangeiro adquire os direitos atribuídos aos naturais dum país, é uma mudança de nacionalidade. É possível alguém fazer isto e ainda manter a sua nacionalidade de origem. É o que fazem os filhos de imigrantes, quando requerem a nacionalidade da pátria de seus pais, contudo sem perderem a sua. Os cristãos também são pessoas que mudaram de cidadania, mas não puderam manter as duas nacionalidades, pois tiveram que renunciar a uma para conservar a outra.


Os termos que o Novo Testamento usa para referir-se a peregrinos e forasteiros indicam pessoas que habitam em terra estrangeira, terra que não é a sua de origem (At 7.6,29). Poderiam morar por pouco tempo (Lc 24.18), ou tornarem-se residentes naquela terra (At 2.10;17.21), mas sempre seriam considerados estrangeiros.  Estes mesmos termos são aplicados aos cristãos, indicando que são peregrinos e estrangeiros neste mundo, e também que não são mais peregrinos e estrangeiros quanto ao povo de Deus.

O cristão é um peregrino e forasteiro neste mundo porque foi naturalizado como cidadão celestial (Ef 2.11-19).  Houve uma época em que os cristãos não tinham a naturalidade celestial, eram estrangeiros em relação ao povo Deus. Sendo estranhos e inimigos de Deus e Seu reino (Ef 2.11,12; 1 Pd 2.10). Mas a misericórdia de Deus tornou estes cidadãos mundanos, em peregrinos eleitos para a cidadania celestial (1 Pd 1.1). Isto se deu por causa e através da morte de Cristo. Esta obra fez a paz, e trouxe aqueles estrangeiros para o reino de Deus, concedendo-lhes a cidadania celestial, e a capacidade de serem da família de Deus. Em relação ao Reino de Deus, os cristãos não são mais peregrinos e estrangeiros (Ef 2.19; 1 Pd 2.9).

Mas o cristão é um peregrino e forasteiro em relação a este mundo e deve manifestar esta situação com um estilo de vida de fé perseverante.  Este padrão nos foi dado pelos heróis da fé (Hb 11.9). Eles aceitaram a proposta de Deus para suas vidas, passaram a viver por fé. Por isso tornaram-se peregrinos, morando em tendas, que é uma habitação sem alicerces, própria para quem não pretende permanecer muito tempo em um lugar. Eles não fincaram raízes neste mundo, não se sentiram em casa nesta terra. Embora fosse a terra da promessa, eles a encararam como uma terra estrangeira. Não se encantaram com ela. Suas esperanças estavam em uma cidade que tem alicerces, uma cidade segura para fincar raízes. Eles esperavam a cidade da qual o projetista e construtor é o próprio Deus.

O cristão deve concentrar seus olhos e desejos na terra paterna.  Os patriarcas agiram assim (Hb 11.10-16). Abraçaram pela fé as promessas desta pátria celestial, esperaram e saudaram com ansiedade a chegada do navio que iria lhes conduzir para o seu verdadeiro lar. Com este modo de vida confessaram que eram peregrinos neste mundo. Estavam tão concentrados em sua futura pátria que aspiravam fervorosamente por ela. Não sentiam vontade de voltar para a anterior, de fato nem se lembravam da terra de onde saíram.  Desejavam uma pátria superior, preparada por Deus.

Ouvi, há algum tempo, notícias de brasileiros que viajaram para outros países e lá foram maltratados. Por vezes estes brasileiros viajaram sem a autorização necessária por parte dos governantes dos países para onde iam, outras vezes, ao que parecia, tudo estava bem, e mesmo assim não foram bem recebidos. Esta situação ilustra a vida dos cristãos neste mundo. Eles são peregrinos e forasteiros neste mundo, e por isto nem sempre serão bem tratados (1 Pd 4.3,4).  Os homens deste mundo são caracterizados por desejos pecaminosos, que os cristãos já haviam tido e realizado. Mas experimentaram a mudança que Deus operou em suas vidas. Como não navegam mais neste rio de devassidão, os descrentes os olham como se fossem estrangeiros, ou pessoas estranhas. E por isso passam a difamar e blasfemar.

Os cristãos são peregrinos dispersos neste mundo, todavia eleitos para uma vida de obediência e santidade (1 Pd 1.1). Devem se tornar exemplos para os gentios deste mundo. Por isso devem andar longe destes desejos pecaminosos, que fazem guerra contra nossa alma (1 Pd 2.11,12). Devemos lembrar que chamamos por Pai alguém que julga sem fazer acepção de pessoas, e por isso devemos ter um comportamento cheio de respeito e reverência durante nosso tempo de peregrinos neste mundo (1 Pd 1.17).

Você será sempre um peregrino e forasteiro. Ou será um peregrino e forasteiro para o Reino de Deus, sendo um cidadão deste mundo. Ou será um peregrino e forasteiro para este mundo, por ter se tornado um cidadão do reino celestial. Sendo um cidadão do reino de Deus, você deve ter uma fé perseverante, e uma vida que rejeita os desejos pecaminosos deste mundo, andando em santidade e obediência a Deus.



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Antes de buscar "sentir" Deus, beba da obediência a Ele.

O tempo me ensinou a ter capacidade de escrever as coisas mais lindas que eu quiser; alisar o ego dos mais mimados amigos, poderia aqui rasgar muita seda e ser a querida de muitos; ou ser irreverente, pois também o sei ser, se assim quiser, e fazer sucesso com a galera; mas, Cristo é o que de bom e verdadeiro trago comigo, em mim, e por isso prefiro partilhá-lo com pessoas que me são caras. Quem não o quer, que o ignore! Por tudo o que hoje sei, decidi agir assim, e repassar somente o que, de fato, é melhor e só me faz bem. Por isso tenho me negado a compartilhar tudo o que me mandam na net. Mesmo coisas lindas que falam sobre Deus, Seu amor, etc.
Tenho lido muito na rede, textos em que pessoas dizem que Deus não me dá isso ou aquilo porque acha que eu "mereço" algo melhor. E dizem que quem crê em Deus tem que partilhar. Mas vejam bem a situação:  Já pararam pra pensar no que, diante de Deus, nós merecemos? Cuidado! O que você e eu merecemos não é bom, porque somos humanos, raça pervertida pelo pecado. Fui justificada em Cristo, mas é só nele que Deus me vê regenerada. Só em Cristo! Não sou nada, em mim mesma. Pois é, gente; a misericórdia de Deus consiste exatamente em não me dar o que mereço. Coitada de mim se Ele fizesse isso! Por Ele me dar o que o Seu amor e graça o impulsionam, é que o louvo por todos os meus dias.
Outra coisa que me tem feito pensar são as músicas evangélicas. Cada dia mais aprimoradas, bem elaboradas, boas ao ouvido, a gente se envolve e deixa de prestar a devida atenção ao que fala a Deus ou sobre Ele. E isso importa sim, ou não?
Tem tanta gente hoje cantando a Deus: "Quero te sentir", "Vem a mim, Senhor", "Quero mais de ti", Preciso muito te ver! Quero ouvir a Tua voz!"... Lindo! Mas não sei por que razão, quando vou às Escrituras, só consigo ver que nós é que temos que ir até Deus, Ele já veio a nós e se deu totalmente; agora Ele nos diz: vinde e bebei, vinde e comei... Tem também o fato de estarmos querendo ouvir Deus falar de forma miraculosa, quando na verdade ainda não demos nem a devida atenção ao que Sua Palavra, completa e viva, nos diz. Cadê o “manual do crente”, que é cada dia mais negligenciado?
Depois, o que sentimos, por mais que arrepie, não vai ser de Deus se não vier por meio de um coração rendido em OBEDIÊNCIA. Lembram? "Obediência, quero, e não sacrifícios"... A Bíblia é abundante em ensinos pra vida e preceitos dados pelo Senhor para vivermos sabia e coerentemente. Se eu quero mais de Deus em mim, preciso estar marcada pela presença do Seu caráter em mim, e isso só virá pela assimilação do mesmo na minha vida, no meu proceder diário, no pensar, nas motivações, etc. Então, conclui que quando eu obedecer ao Senhor, consequentemente vou ter mais dele, vou ter ido aonde Ele me chamou, junto, mais junto a Ele, e não só vou senti-lo, mas vou vivê-lo. Que desafio! É preciso abrir mão dos "meus conhecimentos", das minhas vontades, dos planos maravilhosos que fiz, e deixar que Deus conduza tudo por caminhos que desconheço, na maioria das vezes, mas posso ter certeza de que Ele sabe o que está fazendo. Terei vida abundante, enfim!